Alunos falam de saudade e perdão


"Neste instante, nos faltam palavras para expressar o quanto nosso coração está sofrendo com o que lhe aconteceu, mas vamos tentar segui-lo para que um dia, possamos encontrá-lo onde estiver, em paz."

Com estas palavras de tristeza, saudade e esperança, os alunos da EMEF (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Ana Berling Macedo, no bairro Alto da Ponte, na zona norte de São José dos Campos, decidiram homenagear o padre Wágner Rodolfo da Silva, 35 anos, morto por assaltantes no dia 25 de setembro na estrada dos Figueiras, na zona rural de Santa Isabel.

A idéia da homenagem surgiu durante uma aula da professora Regina Tamanaha na terça-feira da semana passada e tomou forma em duas cartas, redigidas por dez alunos da 7º série C e D que são coroinhas na Paróquia São Benedito, onde o religioso atuava. Cerca de 100 alunos da escola são coroinhas na paróquia.

"Foi uma iniciativa muito importante, estamos prestando essa homenagem porque a gente estava muito próximo dele", disse a aluna Maiara de Faria Almeida, 14 anos, acólita da paróquia.

De acordo com a professora, os alunos ficaram muito tristes quando souberam da morte do religioso e queriam encontrar uma forma de expressar o que estavam sentido. Regina afirmou que as cartas representam um manifesto pela paz.

"É um manifesto pela paz em um mundo em que há muita violência. No dia em que soubemos da notícia, ninguém conseguiu dar aula e muitos dos alunos choraram", disse.

SAUDADE - Saudade. Este é o sentimento predominante nas palavras dos alunos. Nas lembranças, um padre carinhoso e simples, que cativava os coroinhas com seu jeito alegre e atencioso.

"Ele era sempre fazia a gente dar risada, conseguia cativar todo mundo", disse o aluno Lucas Rafael Leandro Silva, 13 anos, há sete anos coroinha da Paróquia São Benedito.

De acordo com os alunos, até as festas na igreja ficaram tristes com a ausência do Padre Wágner. "Cada vez que nós entramos na igreja fica triste, não tem mais aquela alegria do padre Wágner. Nem as festas ficam alegres sem ele", disse a auxiliar de sacerdote Maiara.

PERDÃO - Em vez de revolta e ódio, paz e perdão. Esta é a mensagem transmitida pelos alunos em um trecho de uma das cartas, em que eles afirmam terem perdoado os assassinos do padre.

"Sabemos que não adianta sentir ódio ou raiva dos assassinos, pois sabemos que o senhor mesmo deve tê-los perdoado", dizia a carta.

/Arquivo Valeparaibano.

TEXTO: /ARQUIVO VALEPARAIBANO.
DATA: Terça-feira, 07 de Outubro de 2003.

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