Ato em homenagem a padre reúne 2 mil


Cerca de 2 mil pessoas participaram na manhã de ontem da caminhada pela paz organizada pela Paróquia São Benedito, no bairro Alto da Ponte, na zona norte de São José dos Campos, em homenagem à memória do padre Wagner Rodolfo da Silva, 35 anos, brutalmente assassinado em 25 de setembro do ano passado.

A caminhada teve início às 8h, quando os fiéis partiram da Matriz São Benedito e seguiram em caminhada até o cemitério do Centro, onde o sacerdote - conhecido na comunidade por suas missas sertanejas, seu jeito irreverente, extrovertido e carinhoso - foi sepultado em setembro de 2003.

Durante o trajeto, que possui cerca de cinco quilômetros, os fiéis se vestiram de branco e carregaram lenços brancos, fotografias do padre, cartazes, faixas e bandeiras que pediam 'paz'. A família do sacerdote também participou do evento.

Por onde a multidão passava, arrancava aplausos, acenos entusiasmados e a atenção dos moradores. "É legal lembrar do padre Wagner, ele foi bem legal. Ao mesmo tempo que a gente fica contente, fica também emocionada, triste", disse a dona-de-casa Maria Terezinha Souza, 35 anos, que não conseguiu segurar as lágrimas durante a homenagem.

A comerciante Cláudia Januária Costa, 26 anos, levava nos braços um enorme quadro, com a foto de Wagner. "É importante lutar pela paz. Estamos sentindo muita falta dele, era um padre, um amigo", disse.

Agentes de trânsito acompanharam a caminhada, auxiliando a passagem dos fiéis nos cruzamentos e sinais. A Polícia Militar e a Guarda Civil Municipal também acompanharam o ato.

Ao passar pela praça Afonso Pena, os fiéis pararam e teve início um dos momentos mais emocionantes da homenagem. Próximo à igreja São Benedito, onde Wagner viveu, eles fizeram um minuto de silêncio em memório do padre.

MISSA - Ao chegar o cemitério do Centro, os fiéis já eram aguardados por uma multidão, que se acotovelava em frente à pequenina capela do Horto da Paz, onde seria celebrada a missa em homenagem ao padre.

Diante da falta de espaço no interior da capela, a missa teve de ser celebrada na porta, ao lado da sepultura do sacerdote. "Eu rezo sempre para ele e já consegui muitas graças", disse a dona-de-casa Arlete Aparecida Ramos, 62 anos.

Flores e mensagens foram colocados sobre o jazigo 11 A da quadra 4, o mais visitado do cemitério - que recebe cerca de 70 pessoas visitam diariamente o local.

Durante a missa, marcada pela fé e emoção, os fiéis cantaram, oraram e jogaram pétalas de rosa sobre o túmulo do padre que aprenderam a chamar de 'santo'. Em uma das faixas, a mensagem traduzia o sentimento da massa de fiéis: 'Te amamos padre, você será eterno'.

/Arquivo Valeparaibano.

TEXTO: Guilhermo Codazzi da Costa.
DATA: SÁBADO, 26 DE SETEMBRO DE 2004.

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