Uma chance a paz nas cidades do vale


A Polícia Civil agiu rápido na investigação das mortes do padre Wagner Rodolfo da Silva e do pastor Cláudio José da Silva, dois crimes de grande repercussão ocorridos recentemente em São José. Nos dois casos, os suspeitos foram identificados e presos, além da história do crime ter sido desvendada. Além disso, houve um aumento no número de casos esclarecidos pela polícia em São José e nas principais cidades da região, como Jacareí e Taubaté, segundo balanço interno da Secretaria da Segurança Pública, o que mostra um esforço positivo do trabalho da Polícia Civil. Um efeito que deveria ter reflexos no aparato de segurança do Estado.

Frente a tudo isso, uma pergunta fica evidente: por que, então, cresce a sensação de insegurança na comunidade (*)

Essa pergunta tenta ser respondida hoje pelo ValeParaibano em um amplo trabalho de reportagem nas páginas 4 e 5, onde são discutidas a sensação de insegurança, que faz, por exemplo, vereadores de São José usarem seguranças, e a reação da comunidade em face da criminalidade --seja através de campanhas oficiais pela paz, seja pela iniciativa de estudantes, donas-de-casa, empresários, enfim, de pessoas comuns, no mesmo sentido. Uma reação sadia, segundo os especialistas, que pode servir como uma barreira moral para conter a violência cada vez mais preocupante. Uma reação que costuma surgir quando a comunidade é colocada frente a frente a crimes de impacto, como as mortes do padre Wagner e do pastor Cláudio, ou a morte de um conhecido. Uma reação que pode, se bem canalizada, ajudar a construir uma realidade menos trágica.

Parecem muitas vezes iniciativas isoladas, como o hasteamento de uma bandeira pela paz nas escolas, uma mobilização de crianças, uma caminhada organizada pela Igreja Católica. Mas elas têm o peso de mostrar a face da sociedade, sua face reagindo contra algo que causa medo, assusta e deixa preocupado cada cidadão. Por isso, o ValeParaibano abre espaço hoje para essa discussão e para essas iniciativas, na tentativa de contribuir para um refluxo da violência. Essa é uma discussão que não deve excluir quem queira participar, mas sim unir todos --sociedade, Estado, prefeitos, vereadores, deputados, clubes de serviço, escolas, empresas, sindicatos e o cidadão comum-- em um grande esforço pela paz.

/Arquivo Valeparaibano.

TEXTO: /Arquivo Valeparaibano.
DATA: Domingo, 05 de Outubro de 2003.

Um comentário:

  1. Tenho saudade do padre Wagner. Eu ia na igreja porque gostava da missa dele. Ele era alegre.

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